26 de janeiro de 2014

Jack e Eu - Por Salomon

    


Quando tinha meus doze ou treze anos de idade, a caminho da escola, encontrei na rua um filhote abandonado.
                Ele estava tremendo de frio e seu pelo estava molhado com a chuva que caiu naquela manhã, parecia faminto.
                Ao me ver, ele balançou o rabo e latiu para mim.
                Fiquei encantado com aquela linda criatura, logo, não pude deixa-lo sozinho na rua com fome e com frio...
                Levei-o para casa.
                Na cozinha arrumei um prato e coloquei meu cereal com leite para o filhote, ele estava tão faminto que acabou com tudo em poucos minutos.
                Enquanto ele lambia o prato, minha mãe chegou e ao se deparar com o filhote, gritou:
—Que droga é essa?
—Eu o achei na rua!
—Tire já esse animal da minha cozinha e leve-o de volta onde você achou.
—Mas mãe, ele não tem para onde ir!!!
—FAÇA O QUE EU DISSE MOLEQUE!!!
                Isso aconteceu há exatos dez anos e ainda me lembro daquelas palavras frias e cruéis que minha mãe dirigiu a mim.
                Não preciso dizer o quanto aquelas palavas me fizeram ferver o sangue.
                Aquelas foram suas ultimas palavras.
                Hoje o filhote cresceu e se chama Jack.
                Jack nunca se separou de mim.

                Semana passada, Jack encontrou e desenterrou os ossos da minha mãe no quintal.









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